Jesus era dinâmico e em todas as suas andanças vivia rodeado de vidas sedentas que ansiavam por milagres e transformações. Jesus nunca demonstrou fobia de gente, e seus atos demonstravam cheiro de povo, carinho com o povo, solução para o povo. Ao se compadecer da multidão de seguidores, os curava de todas as suas enfermidades, totalmente convicto de seu chamado em viver e morrer pelas pessoas.
No episódio de Mateus capítulo 14, vemos que os discípulos tinham uma cosmovisão terrena e sem perspectiva de viver o milagre, tomando uma direção avessa a do Mestre, tentando dar um jeitinho de deixar as multidões longe de Cristo, porque já era tarde, o lugar era deserto, despedindo o povo para que fosse atrás de alimento para saciar sua fome.
Isso demonstra como nós somos iguaizinhos a eles, sendo que a diferença é realmente ser dois mil anos depois. As nossas preocupações criam impedimentos para a ação de Deus em nosso ser e ao próximo, porque nossa visão é limitada e superficial, tanto que os discípulos queriam impor algo que realmente Jesus jamais faria, despedir as pessoas sem solução.
Deus nos constituiu como provedores de nossa comunidade, agindo em prol de todos os seres biopsicossociais e espirituais, olhando para o conjunto da obra, de forma integral e amorosa, e olha que Jesus conta exclusivamente conosco para isso, pois somos responsáveis por nossa geração, não só como espectadores, mas atuantes em meio a sociedade diversa em todas as suas formas.
Jesus disse: Nãoooooo!!! Não façam isso amigos, por favor, dêem um jeito de alimentar todos eles, eu disse todos, homens, mulheres e suas crianças. Todos devem ser satisfeitos!
Que desafio hein! Com apenas alguns pães e peixes, o que você e eu faríamos? Desisto de seguir Jesus! Isso é impossível! Vai dar muito trabalho! Não há possibilidade alguma! Não seriam essas nossas prerrogativas? Nada de hipocrisia amigos e amigas!
Já imaginou, cerca de quinze mil pessoas indo embora, com fome, o choro dos pequenos, a murmuração dos jovens, as mulheres preocupadas com o retorno, os maridos se sentindo um nada? Quantas vezes já despedimos alguém assim? Sem esperança, sem amor, sem uma única palavra de esperança, sem nenhuma doação de algum recurso, talento ou tempo?
Antes que o prejuízo fosse faraônico, Jesus observa que a ação deles seria um fracasso, então solicita em suas mãos o pouco que se tinha, aquilo que a cosmovisão terrena demonstrava ser ínfime ou insuficiente, que para Ele era tudo o que precisava. - Primeiro, tragam-me o que tem, depois, assentem-se - disse Jesus. Os discípulos já imaginavam as pessoas, inclusive eles, indo com fome para uma grande viagem, mas o Mestre não, pois o que Ele quer em suas mãos é o insignificante para torná-lo grande e substancial! E você, imaginaria o quê?
Não se iluda, amigo, amiga, pois estamos sentados no mesmo gramado, ouvindo a mesma voz, vendo as famílias e suas crianças, em uma expectativa capaz de nos fazer viajar pelas conjecturas possíveis, e você tem liberdade para isso!
Depois de todos bem acomodados em um gramado viçoso, Jesus eleva seus olhos ao Pai e dá graças pelo que tinha em mãos, não exigindo do Pai uma grande produção, não colocando Deus a prova, não reclamando ou dizendo ao Pai o que fazer, mas preste atenção nisso: Ele somente deu graças, e o milagre já estava feito. Entregou aos seus seguidores, que supriram os demais da multidão.
Com Deus não tem negociatas, imposições e manipulações, mas o que basta é um coração grato, disposto em obedecê-lo, generoso, apto a oferecer a Deus o que os homens desprezam, para transformar no maior milagre que eu e você possamos imaginar.
Então, todos comeram, ficaram satisfeitos, e ainda sobrou um cesto cheio de pães e peixes para cada discípulo, comprovando que além de operar o necessário, é capaz de sobejar àqueles que duvidavam e tinham uma visão limitada, exatamente a mesma que eu e você aplicamos no campo da naturalidade humana.
Não despeça ninguém sem antes apresentar a solução através de Cristo, suprindo as demandas existenciais, que são inúmeras e possíveis de serem tratadas ou encaminhadas.
Em verdade, em verdade vos asseguro que aquele que crê em mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, pois eu vou para o meu Pai. (S. João 14-12)
Bom serviço! Boa refeição!
Deus te abençoe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário